Diferente é ser igual!

Neste blog, poderemos trocar experiências, compartilhar descobertas, atividades, e, por que não, também nossas angústias...


A inclusão está aí é nossa tarefa enquanto educadores buscar formação, nos especializarmos e mobilizarmos todos os conhecimentos que adquirimos ao longo dos anos para promover a qualidade de vida das pessoas com necessidades especiais, para isso, é de fundamental importância "o querer".

Convido você professor, visitante, amigo, colega, pai, irmão, ou quem quer que seja, a dar as mãos e juntos caminharmos em busca da tão sonhada igualdade social.



quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Experiência de utilização dos recursos da internet com alunos com NEEs

Professora: Vanderleia Franceschet Rapkiewicz
Aluno:  N. (12 anos), não alfabetizado.
Diagnóstico: Síndrome de down 
Reação, interesse, dificuldades do aluno: N. é um garoto bastante sociável, gosta de fazer sempre todas as atividades propostas, mas não aceita muito as orientações do professor, fazendo as tarefas do jeito que sabe. Outra característica de N. é que não agüenta muito tempo fazendo a mesma coisa, dessa forma, passamos por vários sites e diversas atividades diferentes. Quanto ao site do NIEE, como N. ainda não lê, eu mesma fiz as leituras das histórias produzidas pelos alunos e, coloquei para ele, que também será capaz de escrever daqui a um tempo, ele pareceu bem motivado e confiante nisso. Também exploramos alguns dos outros sites sugeridos e ele, como era de esperar, adorou os jogos e as atividades de escrita, através das quais, depois de quatro encontros, consegue reconhecer as vogais, seus sons e algumas consoantes. Também exploramos um outro site que, tanto eu como N. gostamos muito. Trata-se do site  http://drkaos.psico.ufrgs.br/jogos/ . Quanto a dificuldades observadas, acredito que a maior, foi a questão de N. aceitar a intervenção em seu trabalho, à qual ainda resiste.
Vontade de interagir, de criar: N. demonstrou muita vontade em realizar as tarefas. Numa tarefa de jogo de memória palavra-desenho, por exemplo, ele virava as cartas, das quais, quando palavras, eu fazia a leitura e, sem nenhum “erro” ele as localizava posteriormente ao encontrar seus desenhos. Em outra atividade de escrita dos nomes, para a qual utilizei algumas imagens do jogo lince, com as letras iniciais coladas ao desenho, N. demonstrou muito interesse em descobrir as letras que faziam os sons dos fonemas. Variamos bastante as atividades, quando entramos em outros jogos, sem focar na alfabetização, ele se saiu muito bem, pois, segundo a mãe, N. usa muito o computador e o vídeo game em sua casa. Infelizmente, não conseguimos acessar a máquina de quadrinhos da Turma da Mônica, ele tinha muita vontade de construir uma história, tentamos várias vezes, mas ainda não foi possível, vamos continuar tentando.
Como você e o aluno se sentiram: esta experiência foi encantadora, senti-me muito bem ao oportunizar atividades que ainda não haviam sido possíveis. Estou atendendo o N. no seu contra turno, em meu horário de formação e pretendo continuar com os atendimentos até, pelo menos, o final deste ano letivo, pois como já devo ter comentado, sentia-me muito angustiada por não conseguir atingir efetivamente N. em sala de aula. Apesar de sempre pensar atividades nas quais ele pudesse participar através da oralidade, das artes visuais, da música que ele gosta muito, meu desejo maior é vê-lo alfabetizado e não estava tendo sucesso. Agora, percebo “pequenos grandes” avanços neste sentido, assim como o aumento da motivação dele para a aquisição da leitura e da escrita. Percebo que ele se sente bem participando das atividades. Não falta nunca e a família comenta que ele adora ir, quer sempre estar na escola.
Como o aluno lida com as informações: N. permanece concentrado por algum tempo, quando percebo que não está mais interessado, proponho outras atividades e, de pronto ele se motiva e participa. N. tem uma memória incrível, lembra de tudo o que fazemos, mesmo que se passe muito tempo, parece entender as explicações, nunca solicita novas explicações. N. permanece tranquilo durante os atendimentos individuais e passou a demonstrar também mais interesse pelas aulas em sua turma regular.
Como reagiu ao ver sites construídos por alunos com necessidades especiais: Não observei alterações em suas reações, não sei se ele tem consciência das necessidades especiais que possui. Notei apenas que gostou das histórias que eu li para ele do site do NIEE, em especial a história “Três Ninjas”, acho que em virtude das lutas e das armas que ele gosta muito, até demais para meu gosto.
Qual foi o resultado: bem, o resultado para mim e para o N., com certeza está sendo melhor do que o esperado. Percebo um menino mais participativo, tanto no atendimento individual, como na sala de aula, mais feliz e confiante, iniciando sua caminhada para a alfabetização de forma lúdica e interativa. Percebo também uma sensível diminuição na agressividade de N., a qual vinculo ao sentido de que a escola passa a ter para ele, não só como um espaço de socialização, mas de construção de um saber que ele ainda não domina.
O que poderia ser diferente: na aplicação desta atividade, não constatei nenhum aspecto a melhorar, apenas na escola, como um todo, de oportunizar estes atendimentos mais individualizados, quem sabe de ter um horário, como o que estou utilizando para que o próprio professor da sala de aula possa direcionar as atividades de acordo com as necessidades que detecta em sala, poder observar as contribuições deste trabalho de imediato e sentir o imenso prazer que estou tendo neste momento.   

Um comentário:

  1. Vanderleia,

    Teu relato dessa atividade confirma que devemos investir cada vez mais em uma educação de qualidade, sem distinção. Nossos alunos com NEEs têm capacidades e limitações como todos, às vezes o que precisam, são de formas diferenciadas de ensino e de professores que acreditam em seu potencial.
    Abraços.

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